摘要:A partir de um trabalho de análise dos discursos de cinco adolescentes soropositivas por transmissão vertical para o HIV/ Aids atendidas em uma unidade de saúde de um município do Rio de Janeiro, interrogamos o ideal contemporâneo de viver uma vida saudável. Essa condição aponta para um processo de subjetivação bastante complexo, na medida em que o vírus HIV foi transmitido pelos pais. Por um lado, essa situação não pode ser considerada consequência de uma escolha individual quanto a comportamentos de risco – como habitualmente se atribui à maior parte dos casos de transmissão do vírus HIV. Por outro lado, exige do sujeito um trabalho de gestão de um viver saudável bastante difícil, pois implica no cuidado permanente com a própria saúde e recomendações com a saúde dos outros, no sentido de não transmissão do vírus HIV. Diante dessa necessidade de gestão dos riscos potencializada, as pessoas nessa condição de soropositividade se veem marcadas por um dispositivo de normalização intenso, submetidas que são, desde o nascimento, às regras do bem viver segundo as prescrições do discurso da prevenção. Pensamos que a peculiaridade da condição de soropositividade para o HIV por transmissão vertical abre a possibilidade de interrogarmos sobre o que significa, hoje, a oposição entre saúde e doença, que, nesse caso, reclama um estatuto “entre”, entremeando saúde e doença.
其他摘要:From a study on the speech analysis of five adolescents infected with HIV through vertical transmission treated in a health unit in Rio de Janeiro, we investigate the contemporary ideal of living a healthy life. Such condition points to a very complex process of subjectivation, according to the HIV virus being transmitted by the parents. On one hand, this case can´t be considered as a consequence of an individual choice about risky behavior - as it´s usually pointed as the reason for most of HIV transmission cases. On the other hand, it requires from the individual a hard management to keep a healthy existence and that´s because it involves the permanent care of his/her own health and also recommendations to others health in order not to transmit the HIV virus. Under the light of the potentialized risk management, those under a seropositivity condition find themselves marked by an intense device of standardization, which are submitted to the rules of welfare according the requirements of the prevention speech since they were born. Finally, we think that the peculiarity of seropositive status for HIV by vertical transmission opens the possibility to ask ourselves the actual understanding to the opposition between health and disease that, exemplified by this case, calls for a status of "in between", interweaving health and disease.