摘要:Alguns estudos têm demonstrado que conceitos psicanalíticos e observações neurocientíficas recentes podem ser complementares, contribuindo para um melhor entendimento de determinados processos psicobiológicos. Esses estudos também sugerem a possibilidade de interpretação de conceitos psicanalíticos a partir de sua aproximação com as neurociências. O presente trabalho investiga possíveis relações entre uma teoria da memória proposta por Freud e concepções neurocientíficas que surgem a partir da segunda metade do século XX, com base em observações clínicas (o caso do paciente H. M.) e experimentais (o conceito de potenciação de longa duração, LTP). Primeiramente, são apresentadas as ideias de Freud sobre processos mnemônicos que fundamentam a construção de um “Eu”, da obra Projeto para uma psicologia científica (1950/1976). Posteriormente, as principais observações que subsidiaram a construção de uma teoria neurobiológica sobre a memória são analisadas. Conclui-se que o modelo dinâmico adotado pela neurociência contemporânea encontra paralelos em conceitos freudianos do final do século XIX.
其他摘要:Previous evidences suggest that psychoanalytical concepts and recent neurobiological findings may complement each other, contributing to the better understanding of certain psychobiological processes. These evidences also indicate the possibility of interpretation of psychoanalytical concepts from a neurocientific perspective. This study investigates possible points of similarity between a theory of memory proposed by Freud and ideas formulated during the second half of the 20th century, on the basis of clinical (the case of patient H.M.) and experimental (the concept of Long Term Potentiation, LTP) findings. For that, at first, Freudian ideas regarding mnemonic processes underlying the construction of the Ego, found in the Project for a scientific psychology (1950/1976), are presented. Subsequently, studies which gave rise to a neurobiological theory of memory are analyzed. It is concluded that the dynamic model adopted by contemporary neuroscience shares important similarities with Freudian concepts proposed at the end of the 19th century.