Apresentamos nesse artigo uma experiência de formação de educadores realizada na cidade de Campinas-SP, durante os anos de 2003-2004, a qual foi tema de investigação narrativa desenvolvida em nível de mestrado, no Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC-Campinas. Hospedando no texto algumas narrativas de educadoras populares, abordamos o tema da formação e do trabalho realizado nos grupos de alfabetização de jovens e adultos como vivência significativa na vida de todos os participantes do processo. A relevância da experiência pode ser apreendida através das narrativas, impregnadas da compreensão que as educadoras têm de si e do trabalho que desenvolvem em parceria com formadores e educandos, todos sujeitos produtores de uma outra e nova interpretação do vivido. A atitude autoral manifesta nos textos e nas opções de vida atestam que a concepção emancipatória da produção do conhecimento experienciada na Educação Popular favorece o desenvolvimento pessoal, ampliando as energias criativas, bem como a solidariedade, fundamental na superação dos estigmas e condicionamentos sociais. A ressignificação da vida como uma obra de arte, inconclusa e aberta, pode ser vislumbrada através dos registros dos sujeitos.