Performance of Brazilian supermarket companies: a Data Envelopment Analysis approach/Desempenho organizacional no setor supermercadista Brasileiro: uma analise apoiada em dea/Desempeno organizacional en el sector de los supermercados Brasilenos: un analisis apoyado enel dea.
de Souza, Marco Antonio Ferreira ; Macedo, Marcelo Alvaro da Silva ; Ferreira, Marcelo Sales 等
1. INTRODUCAO
Nos ultimos 15 anos o setor supermercadista brasileiro experimentou
mudancas que transformaram por completo a paisagem competitiva. Essas
mudancas no varejo brasileiro vem exigindo crescentes e contundentes
esforcos para o aprimoramento do desempenho organizacional. Preparar a
empresa para operar em um ambiente de negocios cada vez mais complexo
tornou-se prioridade no setor, fato que e expresso de maneira distinta
por empresas profissionalizadas e por empresas sob controle familiar,
nao importando o seu tamanho. A sua maneira e de acordo com suas
condicoes, as empresas supermercadistas mobilizam-se para alcancar seus
objetivos em meio a tanta rivalidade.
Outrora mais regional e fortemente baseada em preco, a competicao
agora e marcada pela abrangencia geografica e pela agregacao de mais e
melhores servicos ao portfolio competitivo das empresas. Essa realidade
transformada, de acordo com Harb, Rossetto e Oliveira (2006), vem
exigindo dos gestores estrategias competitivas mais consistentes e
flexiveis, que estejam apoiadas em duas competencias indispensaveis a
sobrevivencia no setor: a operacional e a mercadologica.
Devidamente interligadas, essas competencias refletem a habilidade
dos tomadores de decisao para gerenciar os relacionamentos estrategicos
no ambiente interno e externo as empresas supermercadistas.
A competencia mercadologica diz respeito a maneira pela qual as
empresas estao se organizando para oferecer mais valor ao consumidor e
melhorar o relacionamento com os demais stakeholders do ambiente
externo. Sobressaem nesse contexto a oferta de servicos segmentados
(diferentes bandeiras), maior enfase na construcao e posicionamento de
marca, enfase em marcas proprias, acoes de responsabilidade social e
enfase em processos de garantia de alimento seguro.
A competencia operacional refere-se a forma pela qual as empresas
gerenciam seus processos internos e sua relacao com os demais atores da
cadeia de suprimento para obtencao de estrutura de custo mais
competitiva. Informatizacao de lojas e processos, maior cuidado com a
localizacao das lojas, aprimoramento logistico, otimizacao dos espacos,
pressao sobre os fornecedores, gestao por e entre categorias e maior
eficiencia nas compras estao entre as preocupacoes mais comuns.
A avaliacao da gestao dessas competencias e uma linha de pesquisa
emergente e tem recebido varias contribuicoes para a sua consolidacao
(YU; ANGELO, 2001; BARROS; ALVES, 2003; SOUZA; FERREIRA; MACEDO, 2004a,
2004b; BLOSE; TANKERSLEY; FLYNN, 2005; DIDONET; LARA, 2006; CERETTA;
NIEDERAUER, 1999; BARROS, 2006; SELLERS-RUBIO; MAS-RUIZ, 2006). Nesse
contexto, este trabalho apresenta uma outra contribuicao--discutir o
desempenho relativo de empresas supermercadistas por meio da aplicacao
da Analise Envoltoria de Dados (DEA) a um conjunto de informacoes de 100
empresas do setor, destacadas entre as 300 maiores pela revista
SuperHiper (2006).
Logo, o problema de pesquisa se concentra em analisar o desempenho
organizacional de supermercados de modo multicriterial, ou seja,
consolidando diversos vetores de desempenho num unico indicador.
Nesse sentido, o objetivo deste trabalho consiste em analisar o
desempenho organizacional de um grupo de 100 supermercados brasileiros
listados entre os 300 maiores, de modo a concluir a respeito das suas
eficiencias global, tecnica pura e de escala, por meio da aplicacao da
Analise Envoltoria de Dados (DEA) aos dados relativos ao faturamento, ao
numero de check-outs, de lojas e de funcionarios e a area de vendas.
Assim sendo, as principais questoes de pesquisa sao:
* Qual o desempenho de cada supermercado, levando-se em conta as
eficiencias global, tecnica pura e de escala?
* Existe relacao significativa entre tamanho e desempenho?
2. SETOR SUPERMERCADISTA NO BRASIL: COMPETICAO E ESTRATEGIAS
Em 2005, o autosservico alimentar faturou R$106,4 bilhoes no Brasil
segundo a revista SuperHiper (2007), o que representou um crescimento de
7,8% em relacao ao ano anterior (Quadro 1). Em valores reais, no
entanto, o aumento foi de apenas 0,9%. Segundo a publicacao, nos ultimos
anos, apesar do aumento das vendas em volumes fisicos, o faturamento do
setor nao cresceu na mesma medida. Isso se deve a dois fatores
principais: queda dos precos dos produtos e crescimento da participacao
de produtos com menor valor.
Algumas analises importantes sobre o desenvolvimento do setor
supermercadista brasileiro nos ultimos anos podem ser feitas a partir
dos dados do Quadro 1. A area media de vendas por loja teve um aumento
de 2001 para 2002 e de 2002 para 2003 de 5% e 8% respectivamente, porem
depois estabilizou-se. Quando se observa esse numero para as 20 maiores,
encontra-se uma media de quase 2.100[m.sup.2] por loja. Quando, porem,
se observam as redes posicionadas entre a 201a e a 300a posicao no
ranking de faturamento da Associacao Brasileira de Supermercados
(ABRAS), que e a amostra utilizada neste estudo, tem-se aproximadamente
800 [m.sup.2] de area. Isso significa que a area media das grandes redes
e maior, o que evidencia a vocacao dos menores varejistas brasileiros
para atuar dentro do formato de loja de vizinhanca.
Se o crescimento real do faturamento em 2005 foi infimo e a
participacao do setor no PIB apenas estabilizou-se, os investimentos das
redes na melhoria de servicos nao foram interrompidos. O aumento do
numero de funcionarios, da area de vendas e dos check-outs demonstra
alguns esforcos dos diversos competidores do setor supermercadista
brasileiro para atrair e fidelizar clientes.
Segundo a revista SuperHiper (2007), as cinco maiores empresas
supermercadistas em 2000 (CBD, Carrefour, Bompreco, Sonae e Sendas)
faturavam juntas 40,8% do total do setor. Em 1997, as cinco primeiras
empresas do ranking faturavam juntas o equivalente a 27% de todo o
setor. Portanto, o aumento do nivel de concentracao no setor
supermercadista brasileiro coincide com o periodo de maior fluxo de
entrada de competidores estrangeiros, os quais adotaram quase sempre a
estrategia de crescimento por aquisicao. Entre os anos de 2000 e 2005, a
participacao das cinco maiores redes no faturamento total do setor
manteve-se estavel.
O ano de 2004 foi marcado pelo retorno de fortes movimentos
expansionistas mediante aquisicoes. O Wal-Mart adquiriu o Bompreco,
absorvendo 118 lojas no Nordeste e aumentando em cinco vezes a sua
operacao no Brasil. No mesmo ano foi anunciada uma joint venture entre a
CBD e a Casas Sendas do Rio de Janeiro. Em 2005, a grande mudanca
ocorrida foi a compra das operacoes da rede portuguesa Sonae no Brasil
pelo Wal-Mart. Esses movimentos dos ultimos anos colocaram
definitivamente o Wal-Mart em posicao de destaque no varejo brasileiro,
embora nao tenham feito a participacao das cinco maiores redes
ultrapassar 41% do setor.
Num estudo feito com 31 empresas de grande e medio porte no setor
supermercadista brasileiro para identificar as principais estrategias
que estao sendo empregadas, Lepsch e Silveira (2002) concluiram que, em
relacao ao ambiente externo, as principais preocupacoes dos
supermercadistas sao: a elevada carga tributaria incidente nas operacoes
de compra e venda de mercadorias; a acao da concorrencia na forma de
guerra de precos, que tem grande impacto no desempenho dos negocios do
segmento supermercadista; o grande numero de inovacoes tecnologicas que
estao ocorrendo no segmento e o aumento da concentracao no setor, que
causa ampliacao do poder de monopolio dos grupos maiores.
Ja em relacao aos objetivos de longo prazo, continuam os autores,
os supermercadistas tem-se voltado para o crescimento da empresa, quase
sempre com aumento da cobertura geografica, obtendo, simultaneamente,
lucro com sua atividade comercial. Esses objetivos, segundo os
pesquisados, podem ser alcancados mediante estrategias de longo prazo
tais como: a preparacao do pessoal, ja que o conhecimento humano e o
mais importante recurso estrategico para a competitividade das
organizacoes no setor, e a formacao da imagem (reputacao) da empresa no
mercado. Alem disso, a localizacao das lojas aparece como um item tambem
estrategicamente relevante. Os pesquisados ressaltaram ainda que as
principais fontes de informacoes para tracar eficientemente essas
estrategias sao as opinioes e desejos do consumidor, a cultura
organizacional e as acoes dos concorrentes.
Numa analise do que foi constatado por Lepsch e Silveira (2002),
pode-se perceber que o elenco de estrategias identificado reforca a tese
de mudanca de visao do setor. Principalmente porque reconhece a
transformacao da dinamica competitiva, agora tambem baseada na agregacao
de mais e melhores servicos ao portfolio competitivo das empresas e nao
somente em precos. Essa realidade implica uma mudanca de foco da
empresa, antes historicamente voltado as operacoes e agora aberto as
demandas dos consumidores e de outros stakeholders externos.
Essa mudanca era esperada, dado que a concentracao e
internacionalizacao do capital ocorridas no setor expuseram as empresas
nacionais as estrategias de competidores acostumados a operar em
mercados onde inovacao, qualidade dos servicos e bom relacionamento com
os outros atores do ambiente sao fatores essenciais para competir. Os
competidores externos trouxeram para o mercado brasileiro modelos de
negocio sustentados em competencia operacional e mercadologica
distintiva, que rapidamente tornou-se prioridade para as empresas
nacionais.
Como na pesquisa de Lepsch e Silveira (2002) o principal objetivo e
crescer, e necessario verificar as principais estrategias de
crescimento. Os resultados do estudo apontaram a estrategia de aquisicao
de redes de menor porte como o principal modo de crescimento na
atualidade, seguida pelo aumento das vendas por metro quadrado de loja
mediante alteracao no desenho do composto mercadologico, em busca de
maior produtividade das instalacoes.
Com relacao as estrategias de crescimento, Souza, Ferreira e Macedo
(2004a) assinalam que, ate o final de 2003, os supermercadistas fizeram
diferentes movimentos estrategicos na corrida competitiva do setor,
dentre os quais destacam-se:
* Crescimento por aquisicao: envolvia a transferencia integral do
controle de ativos tangiveis e intangiveis mediante compra. Foco:
nacional e regional (compreendendo posicoes em um ou mais Estados de uma
regiao).
* Crescimento organico: empresa desenvolve ativos tangiveis e
intangiveis praticamente do ponto zero. Foco: nacional e regional.
* Crescimento por cooperacao: associativismo. Foco: pequenos
empreendedores reunem-se em centrais de compras e supermercadistas
reunemse por meio de uma relacao de fornecimento capitaneada por um
atacadista.
3. DESEMPENHO ORGANIZACIONAL EM SUPERMERCADOS
Segundo Atkinson et al. (2000), a avaliacao do desempenho
organizacional propicia um vinculo critico entre o planejamento, que
identifica os objetivos da empresa e desenvolve as estrategias e os
processos para alcanca-los, e o controle, que faz com que a empresa se
mantenha no caminho em direcao ao alcance de seus objetivos. Isso porque
um sistema de avaliacao de desempenho enfoca o desenvolvimento de
objetivos organizacionais, o monitoramento, a avaliacao dos resultados
para alcancar esses objetivos e a comparacao do desempenho atual com o
planejado ou visado para que se possam fazer ajustes e alcancar os
objetivos.
Para Perez Jr., Oliveira e Costa (1999), as medidas e indicadores
de desempenho devem ser obtidos e analisados em um contexto mais amplo,
que considere as importancias/relevancias das informacoes, os objetivos
organizacionais e os resultados das acoes. O processo de medicao do
desempenho envolve, entao, a identificacao de fatores financeiros e nao
financeiros importantes para a empresa e a apuracao e medicao
sistematica desses fatores no desenvolvimento e monitoramento da
empresa. Ainda segundo os autores, as medidas de avaliacao de desempenho
tem como principais objetivos mensurar o grau de eficiencia e/ou
eficacia da organizacao, comparando o desempenho atingido com as metas e
objetivos tracados ou alvos delineados, e oferecer subsidios adequados
ao processo de melhoria continua da empresa.
De acordo com Slack et al. (2002), toda organizacao precisa, de
alguma forma, de medidas de desempenho como pre-requisito para
melhoramento, pois um sistema de medida de desempenho e um processo de
quantificar as acoes tomadas pela gerencia.
Nessa perspectiva, para Atkinson et al. (2000) a mensuracao do
desempenho organizacional e talvez a mais importante, a mais
incompreendida e a mais dificil tarefa da contabilidade gerencial. O
sistema de avaliacao da performance empresarial contem indicadores
criticos de desempenho que abrangem todas as facetas do desempenho
organizacional.
Quando uma empresa utiliza o mercado como parametro de comparacao,
enfatizam Slack et al. (2002), e necessario que se use uma abordagem
denominada Benchmarking. Esta se preocupa, basicamente, em ver quao bem
vai a operacao em relacao ao praticado no mercado, envolvendo, assim,
novas ideias, praticas, metodos, ferramentas, etc. Consiste, entao, em
uma abordagem realistica de padroes de desempenho.
Camp (1989) define benchmarking como um processo sistematico para a
identificacao da melhor pratica e para a modificacao do conhecimento
existente, com o proposito de alcancar um desempenho superior. Para
Novaes (2001), benchmarking e, por um lado, um processo continuo e
sistematico de melhorias em empresas e servicos por meio de sua
comparacao com unidades consideradas eficientes, processo que leva ao
estabelecimento de acoes gerenciais efetivas cujo objetivo e aprimorar
os resultados (reducao de custos, aumento de producao, etc.); por outro,
e um dos modernos instrumentos de gerencia, que possibilita a melhoria
do desempenho tecnicoeconomico das empresas de forma comparativa ou
relativa.
Assim sendo, destacam Atkinson et al. (2000), o que e realmente
relevante no desempenho organizacional e a performance relativa da
empresa considerando-se um conjunto de competidores previamente
selecionados. Isso leva a empresa a ser classificada como eficiente ou
ineficiente. Ser eficiente significa que a realizacao de suas atividades
para produzir seus produtos ou servicos nao consome recursos em excesso.
So e possivel determinar se uma empresa e eficiente pela comparacao de
seu desempenho com o de seus concorrentes. Esse processo e chamado de
benchmarking competitivo.
Uma empresa ineficiente, entao, de acordo com esses autores, acaba
por requerer mais recursos que o necessario e/ou produzir menos
resultados que o adequado. A busca pela melhoria continua e a unica
filosofia gerencial capaz de manter a empresa competitiva, pois gera um
ambiente no qual os processos empresariais sao estudados continuamente
para que se descubram as melhores formas de executa-los, em consonancia
com as necessidades e expectativas dos clientes. Isso gera a
possibilidade de aumento do desempenho empresarial e constitui a
essencia da aprendizagem organizacional.
Nesse sentido, varios foram os estudos feitos sobre supermercados.
Yu e Angelo (2001), utilizando o modelo DEA-CRS, compararam a
produtividade de grandes e pequenas empresas supermercadistas
brasileiras entre os anos de 1994 e 1998. Os autores consideraram as
hipoteses de que os supermercados grandes sao mais eficientes e de que a
diferenca na eficiencia entre grandes e pequenos era crescente,
considerado o periodo estudado. Na analise foram consideradas 204
empresas, retiradas da revista SuperHiper da Associacao Brasileira de
Supermercados (ABRAS).
Para determinar a eficiencia das empresas, os autores utilizaram as
vendas brutas como output e o numero de lojas, de check-outs e de
funcionarios como inputs. Foram consideradas grandes empresas aquelas
cuja area media de vendas tinha mais de 3.000[m.sup.2]. Pequenas
empresas foram consideradas aquelas que tinham a area media de vendas de
ate 500[m.sup.2]. Os autores, em suas analises, conseguiram confirmar as
duas hipoteses iniciais do estudo. Eles concluiram, ainda, que as
pequenas empresas deveriam posicionar-se em pequenos segmentos do
mercado, como lojas de vizinhanca.
No trabalho de Souza et al. (2004a) foram analisados, por meio do
uso da DEA-CRS, os desempenhos dos seis maiores grupos supermercadistas
no Brasil, sob a perspectiva de suas respectivas estrategias de
crescimento. Alem de uma perspectiva sobre a performance de cada uma das
empresas ao longo do periodo de analise, estruturou-se uma analise de
benchmarking na qual indicadores ideais eram estabelecidos para que as
empresas de menor desempenho pudessem alcancar eficiencia. Os resultados
indicaram que as empresas que crescem por aquisicao e com foco regional
apresentaram ineficiencias continuamente, o que levanta questionamentos
sobre a efetividade do posicionamento estrategico utilizado.
Em Souza et al. (2004b) foi analisado o desempenho dos 50 maiores
supermercadistas em operacao no Brasil no ano de 2003. Os autores
estudaram um modelo e desenvolveram parametros para avaliacao da
eficiencia de empresas supermercadistas utilizando como ferramenta a
DEA-VRS, com a analise de fronteira invertida. Os dados considerados
foram o faturamento (como output), area de vendas e o numero de lojas e
de funcionarios (como inputs). O foco da avaliacao da performance esta
na construcao de paineis de visibilidade do padrao competitivo do setor
para as empresas participantes dele.
Os resultados mostram que, em relacao a eficiencia total, as
maiores empresas, principalmente as de abrangencia nacional, deixam
muito a desejar, e que as empresas de nivel medio e abrangencia regional
obtem significativa vantagem nesse aspecto. Alem disso, as acoes de
crescimento organico e por aquisicao devem ser consideradas num plano que forneca uma visao mais acurada das reais necessidades de aumento da
area de vendas e do numero de funcionarios, para que nao sejam feitos
investimentos que piorem a performance empresarial.
Por fim, os autores ressaltam que as grandes redes, especialistas
em crescimento por aquisicao, precisam rever suas acoes, pois,
comparativamente, o esforco que realizam e muito maior do que a
eficiencia obtida. O crescimento organico, apesar de mais demorado, pode
ser feito dentro de um horizonte mais realista e pontual. Num contexto
tao competitivo como este, a pratica de benchmarking deve ser
considerada, e nao sao necessarios muitos investimentos para obter
respostas claras, que sao encontradas na forma de operar de muitas das
menores firmas nacionais, nos encontros tecnicos do setor e num melhor
relacionamento entre os atores.
Barros e Alves (2003) analisaram a eficiencia de lojas pertencentes
a um mesmo grupo em Portugal. Dados do ano 2000 de 47 lojas de uma rede
de supermercados foram selecionados. Como output, foram consideradas as
vendas e os resultados operacionais. Como input, nove tipos de dados
foram selecionados, conforme seguem: numero de funcionarios part-time e
full-time, custo da mao de obra, absenteismo, area de vendas, numero de
check-outs, idade das lojas, estoques e outros custos. Os autores,
utilizando os modelos DEACRS e DEA-VRS, concluem que a economia de
escala e um fator determinante para a eficiencia do setor.
Blose et al. (2005) fizeram um estudo sobre a gestao de servicos
utilizando uma nova ferramenta gerencial de avaliacao da qualidade,
apoiada em DEA, que trata a qualidade em servicos como uma variavel
intermediaria e nao como um objetivo final. A pesquisa foi feita com 497
clientes em 13 lojas de uma grande rede de supermercados nos EUA. Na
aplicacao do modelo DEA-CRS foram considerados como inputs: aspectos
fisicos, confiabilidade, atendimento, resolucao de problemas e politicas
de relacionamento; e, como outputs, a margem liquida, a razao entre
clientes e horas trabalhadas e a fidelidade. Os resultados mostraram que
a DEA gera uma perspectiva de avaliacao que pode ajudar os gestores a
obter um nivel otimo das dimensoes da qualidade em servicos mais
criticamente relacionadas com o desempenho organizacional.
Na pesquisa de Didonet e Lara (2006) o objetivo era verificar a
eficiencia produtiva dos 50 maiores supermercados brasileiros com o uso
de DEA-VRS, em conjunto com tecnicas estatisticas para os testes de
hipoteses quando estes adotavam a estrategia de operar com grandes areas
de vendas. Ou seja, o intuito do trabalho era comparar o desempenho de
redes que preferiam lojas com grandes areas de vendas com o desempenho
daquelas que seguiam a logica de usar pequenas lojas. Utilizando como
variaveis de input o numero de check-outs, de lojas e de funcionarios e
a area de vendas, e como output o valor de vendas, o estudo conclui que
existe uma tendencia a melhores niveis de eficiencia nas unidades que
utilizam grandes areas de vendas.
Ceretta e Niederauer (1999) fizeram um estudo que utilizou DEA para
investigar o impacto da expansao das modernas tecnologias de gestao
sobre indicadores de eficiencia de escala, tecnica e global nos 300
maiores supermercados em operacao no Brasil no periodo de 1995 a 1998.
Os autores utilizaram como inputs o numero de check-outs, de
funcionarios e a area de vendas, e como output o faturamento anual, e
concluiram que houve pouco ganho de eficiencia no setor ao longo do
periodo, pois apenas os supermercados classificados na categoria hipers
obtiveram melhoria de eficiencia tecnica, indicando a existencia de um
amplo campo para o desenvolvimento operacional e gerencial no setor.
O estudo de Barros (2006) teve como objetivo analisar a eficiencia
de uma amostra de hipermercados e supermercados em Portugal utilizando
uma combinacao de DEA-CRS, DEAVRS e Regressao Tobit, para, a partir dai,
derivar algumas implicacoes gerenciais uteis para as unidades e para o
setor como um todo. Por meio da aplicacao da metodologia aos inputs
(numero de funcionarios e total dos ativos) e aos outputs (vendas e
resultado operacional), o estudo mostra que os grandes grupos sao, em
media, mais eficientes que os pequenos concorrentes e que grupos de
atuacao nacional sao mais eficientes que grupos regionais. Sendo assim,
o ganho de escala e um importante fator de desempenho neste setor.
Por fim, Sellers-Rubio e Mas-Ruiz (2006) fizeram uma pesquisa que
teve como objetivo estimar a eficiencia de 100 cadeias de supermercados
na Espanha no periodo de 1995-2001, por meio do uso de DEA-CRS e
DEA-VRS, tendo como outputs o volume de vendas e de lucro e como inputs
o numero de empregados, de lojas e o total de recursos investidos
(capital de terceiros + capital proprio). Os resultados revelaram altos
niveis de ineficiencia no setor. Alem disso, o estudo identificou as
unidades eficientes que servem de benchmark, pois usam eficientemente
seus recursos na obtencao de seus produtos. Nesse sentido, os resultados
da pesquisa mostraram que a eficiencia e um criterio orientador para
mudancas nas empresas analisadas e na cadeia produtiva como um todo, ja
que essas mudancas geram ganhos para todos os elos da cadeia de
distribuicao e, por conseguinte, para o consumidor final.
Alguns pontos devem ser destacados em relacao aos estudos
supracitados, comparativamente com a presente pesquisa:
* Em relacao as variaveis, adotam-se as mesmas consideradas no
estudo de Didonet e Lara (2006). Considerando-se apenas o output,
percebe-se que, a excecao do estudo de Blose et al. (2005), todos os
outros tambem utilizam o faturamento anual seja como unico output, seja
combinado com uma proxy de resultado. Isso tambem acontece em relacao
aos inputs, porem algumas variaveis sao adicionadas ou retiradas da
analise;
* Quanto ao modelo, os estudos de Barros e Alves (2003), Ceretta e
Niederauer (1999), Barros (2006) e Sellers-Rubio e Mas-Ruiz (2006)
tambem utilizam uma combinacao de DEA-CRS com DEA-VRS.
* Todos os estudos, a excecao de Blose et al. (2005), utilizaram
alguma amostra de supermercados e/ou hipermercados, na qual aplicaram
uma modelagem DEA para avaliacao do desempenho organizacional.
4. METODOLOGIA DO ESTUDO
Esta pesquisa pode ser caracterizada, de acordo com o exposto por
Vergara (2004), como descritiva e quantitativa, pois procura-se, por
meio da aplicacao da analise envoltoria de dados nas informacoes das
empresas que fazem parte da amostra, expor caracteristicas da
performance destas.
O processo de amostragem e nao probabilistico, pois se parte de um
universo naturalmente restrito, ja que as empresas foram escolhidas
dentre as que constavam na publicacao utilizada. Isso traz algumas
limitacoes de inferencia, mas nao invalida os resultados da pesquisa,
visto que as empresas da listagem sao, assumidamente, representativas de
boas praticas gerenciais e de alta performance.
Esta pesquisa foi feita a partir de dados secundarios colhidos da
revista SuperHiper: ranking ABRAS no ano de 2006, referente a dados de
2005. A pesquisa partiu dos dados sobre faturamento, numero de lojas, de
check-outs e de funcionarios e area de vendas das 100 menores empresas
do setor supermercadista, listadas entre as 300 maiores na revista.
A escolha dessa amostra deveu-se ao fato de que se procurou obter
um conjunto de DMU's (Decision Making Units) homogeneo. Essa
amostragem mostrou pouca dispersao no tamanho das DMU's. A proxy
utilizada nesta analise foi o faturamento, que apresentou valor medio de
R$ 11.979.000,00, com desvio-padrao de R$ 3.081.000,00. Com isso,
construiu-se um intervalo de confianca (+/- 3 DP's) de R$
2.735.000,00 ate R$ 21.223.000,00. Como o menor valor observado era de
R$ 7.156.000,00 e o maior era de R$ 18.066.000,00, toda a amostra estava
dentro do intervalo de confianca construido. Um procedimento similar a
esse foi utilizado por Ceretta e Niederauer (1999), com o intuito de
reduzir a variabilidade do faturamento e, assim, homogeneizar a amostra.
A partir dessa amostra, o estudo procura mostrar a aplicacao desta
modelagem em um conjunto de dados referentes as empresas sob analise. O
resumo dos dados utilizados pode ser observado no Quadro 2.
Com base nessas informacoes, percebe-se que 75% dos supermercados
analisados possuem menos de 15 check-outs e ate duas lojas, e 50%
possuem apenas uma loja e ate 12 check-outs. Isso mostra que, de maneira
geral, a amostra e formada por empresas de menor porte. Apesar disso,
estamos falando de empresas que empregam em media mais de 80 pessoas e
que possuem faturamento anual medio de quase R$ 12 milhoes.
Para rodar o modelo, com apoio do software de DEA denominado SIAD
(Sistema Integrado de Apoio a Decisao), apresentado por Meza et al.
(2003), foram utilizados o faturamento (output 1), o numero de
check-outs (input 01), a area de vendas (input 2), o numero de lojas
(input 3) e o numero de funcionarios (input 4). A modelagem aplicada
busca a eficiencia organizacional multidimensional, para a obtencao do
maior faturamento possivel com o menor uso possivel de lojas,
check-outs, funcionarios e area de vendas, considerando de maneira
integrada todos os vetores de desempenho apresentados.
Isso e feito por meio da utilizacao da Analise Envoltoria de Dados
(DEA), que mostra quanto um supermercado e eficiente no tratamento de
seus inputs e outputs em relacao a outros. Essa analise fornece um
indicador que varia de 0 a 1 ou de 0% a 100%, e somente os supermercados
que obtem indice de eficiencia igual a um sao efetivamente eficientes,
ou seja, fazem parte da fronteira eficiente. Em termos praticos, o
modelo procura identificar a eficiencia de uma unidade comparando-a com
os melhores desempenhos observados.
Sao varias as formulacoes dos modelos de DEA encontradas na
literatura, conforme dizem Charnes et al. (1994), entretanto dois
modelos basicos DEA sao geralmente usados nas aplicacoes. O primeiro
modelo, chamado CCR (CHARNES; COOPER; RHODES, 1978), tambem conhecido
como CRS (Constant Returns to Scale), avalia a eficiencia total,
identifica as DMUs eficientes e ineficientes e determina a que distancia
da fronteira de eficiencia estao as unidades ineficientes. O segundo,
chamado de modelo BCC (BANKER; CHARNES; COOPER, 1984), tambem conhecido
como VRS (Variable Returns to Scale), utiliza uma formulacao que permite
a projecao de cada DMU ineficiente sobre a superficie de fronteira
(envoltoria) determinada pelas DMUs eficientes de tamanho compativel.
Segundo Macedo (2004), os modelos utilizados desenvolvidos a partir
do DEA sao capazes de conjugar em um unico indice varios indicadores de
natureza diferente para a analise do desempenho organizacional. Pode-se
perceber, entao, que a modelagem possui as caracteristicas tanto de
trabalhar diversas variaveis sem a necessidade de converte-las em um
padrao comum de unidade, quanto de apoiar o processo decisorio com uma
tecnica de natureza multicriterio, portanto mais capaz de modelar a
complexidade do mundo real.
De acordo com Coelli, Rao e Baltese (1998), Charnes, Cooper e
Rhodes (1978) propuseram um modelo que tinha uma orientacao input e
assumia retornos constantes de escala (CRS). Artigos subsequentes tem
considerado varias alternativas, dentre elas as de Banker et al. (1984),
em que o modelo de retorno variavel de escala (VRS) foi proposto.
Assim, ainda segundo Coelli et al. (1998), um caminho intuitivo
para introduzir DEA e o da forma de razao. Para cada DMU procura-se
obter uma medida de razao de todos os outputs sobre todos os inputs, ou
seja, os pesos otimos uj e vi sao obtidos pela resolucao do seguinte
problema de programacao matematica:
[MATHEMATICAL EXPRESSION NOT REPRODUCIBLE IN ASCII]
Neste modelo, c e a unidade (DMU) que esta sendo avaliada. O
problema acima envolve a procura de valores para u e v, que sao os
pesos, de modo a promover a maximizacao da soma ponderada dos outputs
(output "virtual"), dividida pela soma ponderada dos inputs
(input "virtual") da DMU em estudo, sujeita a restricao de que
esse quociente seja menor ou igual a um para todas as DMUs. Essa funcao
esta sujeita a restricao de que, quando o mesmo conjunto de coeficientes
de entrada e saida (os varios [v.sub.i] e [u.sub.j]) for aplicado a
todas as outras unidades de servicos que estao sendo comparadas, nenhuma
unidade excedera 100% de eficiencia ou uma razao de 1,00.
De acordo com Macedo (2004), esse e um problema fracionario (nao
linear) de programacao matematica de dificil solucao, mas que pode ser
facilmente resolvido se se transformar a relacao em uma funcao linear
simplesmente considerando-se o denominador (soma ponderada dos insumos)
da funcao objetivo igual a um. Os modelos DEA-CRS e DEA-VRS podem entao
ser apresentados da seguinte maneira:
[MATHEMATICAL EXPRESSION NOT REPRODUCIBLE IN ASCII].
Como se pode ver nessas modelagens, a medida de eficiencia DEA e
mais completa que as medidas de desempenho monodimensionais, pois e
capaz de incorporar uma analise multicriterial e assim modelar melhor a
complexidade do mundo real. A eficiencia tecnica global e obtida com a
fronteira CRS, que pode ser decomposta em eficiencia tecnica pura
(obtida pela fronteira VRS) e eficiencia de escala (CRS/VRS). Em suma,
para uma empresa ser CRS eficiente precisa ter eficiencia tecnica (VRS)
e de escala.
Esses modelos sao utilizados para a analise dos dados, pois se tem
quatro inputs e um output. Souza et al. (2004b) dizem que, quanto maior
a relacao [SIGMA]outputs/[SIGMA]inputs, maior a eficiencia. Para cada
DMU a ser analisada, formula-se um problema de otimizacao com o objetivo
de determinar os valores que a DMU atribuiria aos multiplicadores u e v
de modo a aparecer com a maior eficiencia possivel.
Entao, complementam os autores, o problema consiste em achar os
valores das variaveis uj e vi, que sao os pesos (importancia relativa de
cada variavel), de modo a promover a maximizacao da soma ponderada dos
outputs (output "virtual"), dividida pela soma ponderada dos
inputs (input "virtual") da DMU em estudo, sujeita a restricao
de que esse quociente seja menor ou igual a um para todas as DMUs. Logo,
as eficiencias variam de 0 a 1 ou de 0% a 100%.
Com o intuito de fazer algumas analises comparativas entre as
empresas da amostra, aplicaram-se alguns testes de diferenca de media a
partir dos indicadores de desempenho obtidos pela DEA. Ou seja, para se
proceder a comparacao entre os indices de grupos de empresas,
utilizou-se de testes de diferenca de medias ao nivel de significancia
de 5%.
Para verificar se existia diferenca estatisticamente significativa
entre o desempenho das unidades com uma loja e o daquelas com mais de
uma loja utilizou-se o teste nao-parametrico para diferenca de medias de
Mann-Whitney, que, segundo Siegel e Castellan Jr. (2006), e uma boa
alternativa ao teste parametrico t quando se deseja evitar as suposicoes
deste, como a necessidade de distribuicao normal.
Ja para verificar se as unidades maiores tinham desempenho superior
ao das unidades de menor porte, utilizou-se um outro teste de diferenca
de medias. O teste utilizado foi a Desigualdade de Chebyshev, que,
segundo Kazmier (1982), e apropriada quando a amostra e pequena (n <
30) e nao se faz a hipotese de que os dados sao normalmente
distribuidos. A forma da Desigualdade de Chebyshev, continua o autor,
indica a probabilidade maxima de que a media da amostra esteja
localizada a mais do que k unidades de erro-padrao da media da
populacao.
Para usar esta desigualdade, conclui o autor, simplesmente
determina-se a diferenca entre as medias amostral e da populacao, em
unidade de erro-padrao, ou seja, divide-se essa diferenca pelo valor do
erro-padrao. O inverso do quadrado desse valor e entao comparado com o
nivel de significancia predeterminado para a analise. Caso o resultado
seja maior que o nivel de significancia, aceita-se H0 (as medias sao
iguais). Caso seja menor, rejeita-se H0 e aceita-se, assim, H1 (as
medias sao diferentes). Em caso de diferencas encontradas (aceitando-se
H1), pode-se observar se existe alguma dominancia de um grupo sobre o
outro em razao do intervalo de confianca (IC) construido. Este foi
construido somando-se e subtraindo-se da media o valor do produto de k
(utilizando-se o nivel de significancia) pelo erropadrao. Se os valores
estiverem dentro do IC, temse a igualdade ratificada.
Por fim, procurou-se analisar a relacao entre o tamanho medio de
loja e as eficiencias CRS e VRS por meio de uma analise de correlacao. O
resultado do coeficiente de correlacao foi testado pelo teste t
bilateral com p = 10%, ou seja, [alpha] = 5% em cada cauda, a fim de
verificar se existia ou nao dependencia entre o tamanho medio de loja e
os indicadores de eficiencias tecnicas global e pura.
5. APRESENTACAO E ANALISE DOS RESULTADOS
Conforme dito anteriormente, o desempenho de cada empresa foi
calculado com base nos modelos DEA-CRS e DEA-VRS. Esse procedimento visa
obter uma visao das eficiencias tecnicas global e pura e da eficiencia
de escala. Quando uma unidade e apenas VRS eficiente, isso quer dizer
que toda a ineficiencia esta relacionada a problemas de escala.
Primeiramente, observou-se que a amostra tinha eficiencias medias
das seguintes magnitudes: 60,84% para a eficiencia global, 81,06% para a
eficiencia tecnica e 77,48% para o caso da eficiencia de escala. Dai ja
se tem uma ideia de que o problema para a amostra como um todo parece
estar na eficiencia de escala, ja que a eficiencia global e formada por
uma combinacao desta com a eficiencia tecnica, que apresenta um valor
superior.
O Quadro 3 mostra os valores das eficiencias DEA-CRS (tecnica
global), DEA-VRS (tecnica pura) e de escala dos supermercados
analisados, ordenados de forma decrescente pela eficiencia tecnica pura
e depois pela eficiencia tecnica global. As unidades foram numeradas
pela ordem decrescente de faturamento, sendo a DMU 01 a de maior
faturamento e a DMU 100 a de menor.
Como se pode observar no Quadro 3, apenas as unidades 03, 38 e 43
sao 100% eficientes no modelo DEA-CRS. Isso quer dizer que apenas essas
unidades possuem eficiencia global (tecnica e de escala). Note-se que se
tem ai uma unidade dentre as maiores empresas e duas intermediarias em
faturamento.
No que diz respeito a eficiencia tecnica pura (DEA-VRS), tem-se 58
unidades eficientes. Como dito anteriormente, as unidades que sao
DEA-VRS eficientes, mas que nao sao DEA-CRS eficientes, tem seus
problemas de desempenho relacionados a questoes de escala de operacao.
Esse e o caso de 55 das 100 unidades analisadas. Os outros
supermercados, um total de 42 DMU's, que nao sao eficientes em
nenhum dos modelos, apresentam problemas de eficiencia tecnica e de
escala. A excecao e a DMU 02, que nao e nem DEA-CRS e nem DEA-VRS
eficiente, mas tem eficiencia de escala igual a 100%. Esta unidade opera
num nivel otimo de escala e o seu baixo desempenho global e fruto apenas
da fraca eficiencia tecnica pura.
Com relacao a eficiencia de escala, percebeu-se que apenas quatro
unidades sao eficientes (02, 03, 38 e 43). Essas unidades trabalham numa
escala otima de operacao (retornos constantes).
Em relacao as outras unidades, contata-se que apenas tres tem
rendimento decrescente a escala (01, 12 e 18). Nessas unidades, um
aumento dos outputs e inferior proporcionalmente a um aumento dos
inputs, ou seja, acrescimos no consumo de insumos geram aumentos menos
proporcionalmente menores na geracao de produtos. Para esta pesquisa,
isso significa que sao unidades em que aumentos no numero de lojas, de
check-outs, de funcionarios e na area de vendas geram proporcionalmente
incrementos menores no faturamento.
Todas as outras unidades (um total de 93 empresas) operam com
retornos crescentes de escala. Nesses supermercados, um aumento dos
outputs e superior proporcionalmente a um aumento dos inputs. Em outras
palavras, acrescimos no consumo de insumos geram aumentos mais do que
proporcionais na geracao de produtos, ou seja, economias de escala. Para
esta pesquisa, isso significa que sao unidades em que aumentos no numero
de lojas, de check-outs, de funcionarios e na area de vendas geram
proporcionalmente incrementos maiores no faturamento.
Logo, em resumo, temos o seguinte quadro analitico de desempenho:
* 03 empresas com eficiencia total (tecnica e de escala);
* 55 empresas com eficiencia apenas tecnica e com fraco desempenho
global relacionado a problemas de escala de operacao, sendo uma com
retornos decrescentes a escala;
* 01 empresa com eficiencia de escala, cujo desempenho e
negativamente impactado por problemas ligados a eficiencia tecnica pura;
* 41 empresas ineficientes sob todas as perspectivas, duas delas
com retornos decrescentes a escala.
Alem de analisar o desempenho, o estudo procurou observar as
melhorias necessarias nos valores dos inputs, mantendo-se o valor do
output, das unidades de baixo desempenho, no sentido de torna-las
eficientes. Percebe-se que as unidades eficientes, como as DMU's
03, 38 e 43 no modelo CRS e as DMU's 01, 03, 04, 05 e 08, dentre
outras, no modelo VRS, nao precisam de melhoria alguma em seus inputs.
As unidades de alto desempenho, mas com eficiencia diferente de 100%,
como e o caso das DMU's 05, 07 e 65 para o modelo CRS e a DMU 100
para o modelo VRS, necessitam de pequenas mudancas em seu niveis de
inputs. Essas mudancas sinalizam para uma reducao de 23,30%, 32,65%,
16,76% e 16,44%, respectivamente para cada DMU, em relacao aos inputs
atuais. Ja as DMU's consideradas menos eficientes, como as
DMU's 35, 76 e 63 para o modelo CRS e as DMU's 12, 76, 35 e 63
para o modelo VRS, necessitam de mudancas radicais em seus niveis de
inputs. A reducao media nesses casos fica em torno dos 70% dos valores
atuais dos inputs.
Uma analise das variaveis, tanto no modelo DEA-CRS quanto no modelo
DEA-VRS, para verificar aquelas que se apresentam problematicas para o
setor, revelou que a area de vendas (input 2) e a pior variavel para a
amostra analisada. Primeiramente, essa e a variavel que apresenta a
maior necessidade de melhoria--uma reducao de 61,18% para o modelo CRS e
27,47 % para o modelo VRS--em relacao aos valores atuais. Alem disso,
essa variavel e a que apresenta maior quantidade de pesos zero na
resposta da modelagem, tanto para o DEA-CRS quanto para o DEA-VRS.
Essa abordagem dos pesos zero e feita para se saber quais variaveis
estao sendo "desprezadas" na analise de desempenho. Em linhas
gerais, quando uma variavel tem peso (u ou v) igual a zero, isso
representa que essa variavel e naturalmente problematica na obtencao dos
indices de eficiencia. Como a modelagem procura os melhores indices de
desempenho para cada DMU, dadas as caracteristicas de inputs e outputs,
ela atribui zero a qualquer variavel que possa atrapalhar o objetivo de
maximizar a eficiencia.
Uma outra analise interessante gerada pelo uso da DEA e a de
benchmarking. Pode-se perceber que a DMU 03 e aquela que mais aparece
como benchmark para as outras em todas as analises (CRS e VRS). Isso se
da pelo fato de este ser um supermercado de destaque em desempenho
multicriterial, em relacao as variaveis estudadas no periodo analisado,
ja que e um dos poucos que possuem eficiencia nas tres abordagens
(global, tecnica e de escala).
Com o objetivo de complementar a analise feita ate aqui, procura-se
verificar a correlacao existente entre a eficiencia e o tamanho medio de
loja, se as empresas com uma loja tem estatisticamente desempenho
superior aquelas com mais de uma loja e se existe diferenca
estatisticamente relevante entre o desempenho dos maiores e o dos
menores supermercadistas.
Num primeiro momento, verifica-se, por meio de um teste nao
parametrico de diferenca de medias com nivel de significancia de 5%, que
na amostra os supermercados com uma unica loja tem desempenho (DEA-CRS)
superior aos que tem mais de uma loja. Os primeiros obtiveram desempenho
DEA-CRS medio de 70%, enquanto os outros alcancaram apenas 48%.
Todas as unidades com uma loja alcancaram eficiencia DEA-VRS igual
a 100%. Entao, o mesmo teste e aplicado a eficiencia de escala e mostra
que as unidades com mais de uma loja (eficiencia media de escala = 86%)
possuem desempenho superior aquelas com apenas uma loja (eficiencia
media de escala = 71%). Isso significa que todos os supermercados com
uma loja unica tem seus problemas de desempenho relacionados a problemas
de escala. Ja os que possuem mais de uma loja tem seus problemas de
desempenho relacionados principalmente a eficiencia tecnica.
Alem disso, procurou-se analisar comparativamente o desempenho
entre as unidades com poucas lojas maiores e as unidades com muitas
lojas menores, isso porque as unidades com uma loja tinham em media um
tamanho de loja maior. Isso foi feito por meio de uma analise de
correlacao entre as eficiencias e o tamanho medio de loja. A ideia e
averiguar se a superioridade encontrada no teste anterior poderia estar
relacionada ao tamanho medio da area de vendas, como apontam alguns
estudos. Os resultados mostram que, apesar de existir dependencia
(p-valor < 0,05), houve uma correlacao baixa (em torno de 0,40) para
ambas as eficiencias (CRS ou VRS). Ou seja, apesar de existir alguma
relacao entre o tamanho de cada loja e a eficiencia, essa relacao nao se
mostrou forte. Em outras palavras, nao se pode concluir se o melhor
seria ter mais lojas de tamanhos menores ou se seria melhor ter menos
lojas, mas de tamanhos maiores.
Por fim, procura-se analisar se ha relacao entre tamanho da empresa
e desempenho. Para isso, utiliza-se como proxy de tamanho o faturamento
bruto. Ou seja, procura-se testar a hipotese de que os maiores
supermercadistas (mais receitas) tem maior desempenho que os menores.
Como a amostra ja foi homogeneizada quando da decisao de utilizacao das
100 menores entre as 300 maiores empresas do setor, esse teste e feito
comparando-se as 10 maiores com as 10 menores.
Primeiramente, fez-se o teste para saber se existia diferenca
estatisticamente significativa entre as receitas dos dois grupos e a
receita media da amostra, e o resultado foi positivo. Logo, tem-se dois
grupos de comparacao que representam os maiores e os menores
supermercados em receita.
Os testes para comparar os desempenhos dos grupos foram feitos em
duas direcoes: dos maiores em relacao aos menores e dos menores em
relacao aos maiores. Em outras palavras, busca-se confirmar ao nivel de
5% se os maiores tem desempenho estatisticamente superior ao dos menores
e se os menores tem desempenho estatisticamente inferior ao dos maiores.
Isso porque faz-se uso do Teste de Diferenca de Chebyshev para comparar
duas amostras e nao para comparar um amostra e uma populacao. Os testes
de diferenca de media, com nivel de significancia de 5 %, foram feitos
para os tres tipos de eficiencia: tecnica pura (VRS), de escala e
tecnica global (CRS). Em relacao a eficiencia tecnica pura, nao se
observou diferenca entre os desempenhos dos dois grupos. Ja em relacao a
eficiencia de escala, verificou-se que os 10 maiores supermercadistas
tem desempenho superior em relacao aos 10 de menor porte.
Esse contexto de desempenho levou a uma conclusao interessante
sobre a eficiencia global. Os testes nao foram muito conclusivos em
relacao a essa eficiencia, porque se observou que um supermercado de
pequeno porte poderia ter um rendimento igual ao de um de grande porte.
Ou seja, em media, era possivel que um pequeno supermercadista tivesse
uma eficiencia global tao boa quanto a de um grande supermercadista. O
contrario, porem, nao se mostrou verdadeiro, isto e, pelos testes, um
supermercado de maior porte tem em media um desempenho global superior
ao de um pequeno supermercadista.
Essa aparente confusao esta mostrando, na verdade e novamente, a
forca da dimensao escala. Em outras palavras, a questao de escala e tao
importante que um grande supermercadista, mesmo tendo problemas de
eficiencia tecnica pura, tera ao nivel de 5% eficiencia global superior
a de um pequeno negocio, que por sua vez so podera ter uma eficiencia
global compativel com os grandes negocios se tiver os devidos cuidados
com as questoes de escala.
6. CONCLUSOES E CONSIDERACOES FINAIS
A avaliacao de desempenho e um dos aspectos que vem governando, em
maior ou menor grau, dependendo da organizacao, a atuacao de
supermercados no Brasil e no mundo nos ultimos anos, conforme mostram os
estudos referenciados nesta pesquisa. Apesar de nao existir um modelo de
avaliacao de desempenho organizacional que seja unico para todas as
variaveis do mundo empresarial, alguns metodos sao capazes de considerar
aspectos diversificados, assumindo assim um papel crucial na avaliacao
da performance empresarial, como a medida de eficiencia DEA, utilizada
neste trabalho.
De modo geral, pode-se perceber que a resposta mais importante
dessa metodologia e a caracterizacao de uma medida de eficiencia que faz
com que a decisao fique orientada por um unico indicador, construido a
partir de varias abordagens de desempenho diferentes. Vale ressaltar que
isso facilita o processo decisorio, pois, ao inves de considerar varios
indices para concluir a respeito do desempenho da empresa ou da unidade
sob analise, o gestor se utiliza apenas da medida de eficiencia DEA.
Alem disso, existem outras informacoes oriundas dessa metodologia que
podem ser utilizadas para auxiliar a empresa na busca pela excelencia.
Uma analise dos resultados apresentados permite perceber que os
melhores supermercados sao aqueles que possuem um desempenho
multicriterial superior. Nota-se que varios supermercados precisam
melhorar bastante--sao exatamente aqueles que obtiveram os menores
indices de eficiencia. Os supermercados com maiores eficiencias
(diferentes de 100%), porem, necessitam de pequenas alteracoes em seus
indicadores para atingir a performance maxima. Isso quer dizer que
unidades tais como as DMU's 03, 38 e 43 estao com desempenho
relativo superior e podem ser utilizadas como benchmarks para as demais.
Percebe-se, relativamente a eficiencia, que apenas tres unidades
sao 100% eficientes no modelo DEA-CRS e que na eficiencia tecnica pura
(DEA-VRS) 58 unidades sao eficientes. Ja com relacao a eficiencia de
escala, quatro unidades sao eficientes, tres unidades tem rendimento
decrescente a escala e 93 empresas operam com retornos crescentes de
escala. Alem disso, observa-se que o maior problema para a amostra como
um todo parece ser a eficiencia de escala, ja que esta se mostra, em
media, menor que a eficiencia tecnica.
No que diz respeito as variaveis, a area de vendas (input 2) e a
pior variavel para a amostra analisada, pois e a variavel que apresenta
a maior necessidade de melhoria e a maior quantidade de pesos zero na
resposta da modelagem.
Numa outra analise que verifica se as empresas com uma loja tem
estatisticamente desempenho superior aquelas com mais de uma loja,
observa-se que na amostra os supermercados com uma unica loja tem
desempenho (DEA-CRS e DEA-VRS) superior aos que tem mais de uma loja. Ja
em relacao a eficiencia de escala, encontra-se que as unidades com mais
de uma loja possuem desempenho superior aquelas com apenas uma loja.
Isso significa que todos os supermercados com uma unica loja tem seus
problemas de desempenho relacionados a problemas de escala. Ja os que
possuem mais de uma loja tem seus problemas de desempenho relacionados
principalmente a eficiencia tecnica.
Em complemento a essa analise, verificou-se a correlacao existente
entre a eficiencia e o tamanho medio de loja. Obteve-se como resultado
uma correlacao baixa entre as eficiencias (CRS ou VRS) e o tamanho medio
de loja, ou seja, nao se pode concluir se o melhor seria ter mais lojas
de tamanhos menores ou ter menos lojas, mas de tamanhos maiores.
Por fim, ao se analisar se tamanho da empresa e desempenho tinham
relacao, percebeu-se que os resultados dos 10 maiores supermercadistas
da amostra foram melhores do que os dos 10 de menor porte no que se
refere a eficiencia de escala. No entanto, nao se mostraram melhores no
que diz respeito a eficiencia tecnica pura. Esses resultados geram
somente uma leve superioridade em eficiencia tecnica global, que coloca
as maiores unidades acima do intervalo de confianca das pequenas, porem
coloca o limite superior das pequenas dentro do intervalo de confianca
das grandes.
Os resultados deste estudo propoem uma nova percepcao da
performance de supermercados que nao e disponibilizada aos gestores e ao
mercado em geral pelos metodos tradicionais de analise. Ou seja, a
partir de informacoes que nao seriam disponibilizadas pelas tecnicas
convencionais, os resultados da analise envoltoria de dados podem
proporcionar melhores condicoes de competitividade aos supermercados,
principalmente quando interpretados e usados com os conhecimentos e
julgamentos proprios da administracao sobre suas operacoes. Essa
capacidade de proporcionar melhores condicoes de competitividade so e
possivel porque a metodologia DEA consegue munir a administracao dos
supermercados de informacoes adicionais sobre os maiores determinantes
de eficiencia ou ineficiencia, partindo de variaveis pre-selecionadas,
uma vez que oferece uma analise de benchmarking com a qual o gestor pode
avaliar as alteracoes necessarias para que a organizacao possa se tornar
eficiente em termos competitivos.
De maneira geral, as conclusoes deste estudo estao parcialmente em
consonancia com os resultados de Yu e Angelo (2001) e Barros (2006) e em
discordancia com os de Souza et al. (2004b) no que diz respeito a
eficiencia estar diretamente relacionada ao tamanho da empresa. Alem
disso, os resultados tambem mostraram, assim como no estudo de Barros e
Alves (2003), que a eficiencia de escala e um fator preponderante no
qual reside o maior problema de desempenho. Por fim, nao se encontrou,
conforme destacado por Didonet e Lara (2006), uma ligacao entre area de
vendas e desempenho.
O assunto nao se encontra encerrado, pois ainda ha muito a ser
explorado sobre essa metodologia na gestao do varejo supermercadista.
Este mesmo trabalho pode ter continuidade com um estudo dos vetores de
desempenho que mais contribuem para uma mensuracao mais apurada da
eficiencia organizacional, por meio de aplicacao da metodologia aqui
apresentada e discutida, combinada com outras metodologias tais como as
analises discriminante e fatorial e a regressao logistica.
Recebido em: 6/5/2009
Aprovado em: 28/9/2009
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Marco Antonio Ferreira de Souza
Doutor em Sociologia pela Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro Professor Adjunto do PPGEn/UFRuralRJ--Rio de Janeiro-RJ, Brasil
E-mail:
[email protected]
Marcelo Alvaro da Silva Macedo
Doutor em Engenharia de Producao pela Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro. Professor Adjunto da FACC/UFRJ e do PPGEN/UFRuralRJ--Rio
de Janeiro-RJ, Brasil
E-mail: alvaro@ufr_j.br
Marcelo Sales Ferreira
Mestre em Gestao e Estrategia em Negocios pela Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro. Professor Assistente do PPGEN/UFRuralRJ--Rio de
Janeiro-RJ, Brasil
E-mail:
[email protected]
Quadro 1: Dados do Setor Supermercadista no Brasil
ITENS 2001 2002 2003
Numero de lojas 69.396 68.907 71.372
Faturamento anual (R$ bilhoes) 74,2 81,7 89,3
Participacao do faturamento
sobre o PIB (%) 6,2 6,1 5,7
Numero de empregos diretos 710.743 718.631 739.846
Area de vendas ([m.sup.2]
milhoes) 15,3 15,9 17,9
Numero de check-outs 156.022 157.446 163.216
ITENS 2004 2005
Numero de lojas 71.951 72.884
Faturamento anual (R$ bilhoes) 98,7 106,4
Participacao do faturamento
sobre o PIB (%) 5,5 5,5
Numero de empregos diretos 788.268 800.922
Area de vendas ([m.sup.2]
milhoes) 18,1 18,4
Numero de check-outs 166.503 169.583
Fonte: Revista SUPERHIPER, 2007.
Quadro 2: Resumo dos Dados Utilizados na Analise
ITEM No AREA VENDAS No
CHECK-OUTS ([M.sup.2]) LOJAS
Media 13 1.603 2
DP 5 860 2
Maior 31 5.200 15
Menor 6 465 1
Mediana 12 1.464 1
Quartil Superior 15 2000 2
Quartil Inferior 9 1000 1
ITEM No FATURAMENTO
FUNC. BRUTO (R$/ano)
Media 82 11.979
DP 39 3.081
Maior 220 18.066
Menor 26 7.156
Mediana 74 11.967
Quartil Superior 93 14.353
Quartil Inferior 58 9.406
Fonte: os Autores.
Quadro 3: Indicadores de Eficiencia Tecnica Global,
Tecnica Pura e de Escala
DMU's CRS (eff VRS (eff Eff de
tecnica tecnica Escala
global) pura)
DMU 03 1.0000 1.0000 1.0000
DMU 38 1.0000 1.0000 1.0000
DMU 43 1.0000 1.0000 1.0000
DMU 04 0.9942 1.0000 0.9942
DMU 05 0.9649 1.0000 0.9649
DMU 07 0.9406 1.0000 0.9406
DMU 08 0.9374 1.0000 0.9374
DMU 65 0.9129 1.0000 0.9129
DMU 10 0.9081 1.0000 0.9081
DMU 11 0.9081 1.0000 0.9081
DMU 14 0.8556 1.0000 0.8556
DMU 87 0.8352 1.0000 0.8352
DMU 17 0.8336 1.0000 0.8336
DMU 25 0.8159 1.0000 0.8159
DMU 22 0.8044 1.0000 0.8044
DMU 24 0.8000 1.0000 0.8000
DMU 39 0.7974 1.0000 0.7974
DMU 67 0.7873 1.0000 0.7873
DMU 30 0.7778 1.0000 0.7778
DMU 31 0.7734 1.0000 0.7734
DMU 32 0.7704 1.0000 0.7704
DMU 50 0.7619 1.0000 0.7619
DMU 36 0.7413 1.0000 0.7413
DMU 85 0.7319 1.0000 0.7319
DMU 96 0.7261 1.0000 0.7261
DMU 53 0.7250 1.0000 0.7250
DMU 40 0.7247 1.0000 0.7247
DMU 81 0.7178 1.0000 0.7178
DMU 41 0.7079 1.0000 0.7079
DMU 42 0.7068 1.0000 0.7068
DMU 44 0.7018 1.0000 0.7018
DMU 46 0.6832 1.0000 0.6832
DMU 89 0.6701 1.0000 0.6701
DMU 48 0.6697 1.0000 0.6697
DMU 49 0.6667 1.0000 0.6667
DMU 52 0.6597 1.0000 0.6597
DMU 54 0.6561 1.0000 0.6561
DMU 61 0.6417 1.0000 0.6417
DMU 71 0.6211 1.0000 0.6211
DMU 74 0.6131 1.0000 0.6131
DMU 62 0.6111 1.0000 0.6111
DMU 86 0.6064 1.0000 0.6064
DMU 97 0.6055 1.0000 0.6055
DMU 83 0.5729 1.0000 0.5729
DMU 66 0.5691 1.0000 0.5691
DMU 68 0.5590 1.0000 0.5590
DMU 91 0.5435 1.0000 0.5435
DMU 73 0.5333 1.0000 0.5333
DMU 94 0.5225 1.0000 0.5225
DMU 92 0.5200 1.0000 0.5200
DMU 80 0.5166 1.0000 0.5166
DMU 93 0.4984 1.0000 0.4984
DMU 77 0.4964 1.0000 0.4964
DMU 78 0.4963 1.0000 0.4963
DMU 98 0.4863 1.0000 0.4863
DMU 88 0.4456 1.0000 0.4456
DMU 95 0.4339 1.0000 0.4339
DMU 01 0.3645 1.0000 0.3645
DMU 57 0.7286 0.9852 0.7395
DMU 100 0.6665 0.9587 0.6953
DMU 45 0.6926 0.7429 0.9323
DMU 19 0.6587 0.7185 0.9167
DMU 99 0.4739 0.6609 0.7171
DMU 16 0.6084 0.6588 0.9236
DMU 82 0.5265 0.6258 0.8414
DMU 27 0.5290 0.6143 0.8612
DMU 72 0.5234 0.6092 0.8592
DMU 06 0.5923 0.6021 0.9838
DMU 18 0.5917 0.5966 0.9918
DMU 33 0.5385 0.5875 0.9166
DMU 29 0.5222 0.5834 0.8951
DMU 84 0.4616 0.5778 0.7988
DMU 64 0.5197 0.5765 0.9015
DMU 69 0.4061 0.5752 0.7060
DMU 56 0.5067 0.5684 0.8914
DMU 51 0.4796 0.5524 0.8681
DMU 26 0.5259 0.5520 0.9528
DMU 59 0.5121 0.5434 0.9425
DMU 13 0.5030 0.5320 0.9455
DMU 34 0.4832 0.5163 0.9360
DMU 90 0.3378 0.5155 0.6553
DMU 20 0.4934 0.5136 0.9606
DMU 02 0.5000 0.5000 1.0000
DMU 55 0.4235 0.5000 0.8470
DMU 23 0.4014 0.5000 0.8028
DMU 60 0.3985 0.5000 0.7970
DMU 37 0.3706 0.5000 0.7411
DMU 47 0.3626 0.5000 0.7252
DMU 79 0.3202 0.5000 0.6403
DMU 70 0.4469 0.4956 0.9016
DMU 09 0.4896 0.4949 0.9894
DMU 28 0.4845 0.4858 0.9973
DMU 15 0.4775 0.4795 0.9957
DMU 58 0.4398 0.4719 0.9319
DMU 75 0.3885 0.4635 0.8383
DMU 21 0.3802 0.4185 0.9085
DMU 12 0.3445 0.3647 0.9446
DMU 76 0.2767 0.3351 0.8259
DMU 35 0.2786 0.3068 0.9079
DMU 63 0.2523 0.2722 0.9271
Fonte: os Autores.