期刊名称:Africanologia - Revista Lusófona de Estudos Africanos
印刷版ISSN:1645-9970
出版年度:2008
卷号:1
期号:1
语种:Portuguese
出版社:Africanologia - Revista Lusófona de Estudos Africanos
摘要:RESUMO: Os diferentes ritmos de crescimento da procura dos vários bens de consumo, como consequência das subidas do rendimento global e do rendimento por habitante, são um fenómeno conhecido, tecnicamente explicado pela ciência económica através da existência de diferente elasticidade procura-rendimento, conforme os bens e os níveis de rendimento. Ora acontece que os bens transformados de ponta e os serviços, em que se especializam tradicionalmente os países mais desenvolvidos, têm apresentado, por norma, um maior dinamismo da procura. Este mecanismo tem aumentado o hiato referente aos níveis de desenvolvimento dos países (Norte versus Sul). Há, porém, excepções, resultantes sobretudo da procura excepcional de certos recursos naturais. As alterações naturais dos termos de troca resultam do funcionamento dos próprios mecanismos do mercado. A existência de processos de troca desigual está dependente, não só da existência de mecanismos de coacção na produção e nas trocas, isto é, de esquemas de funcionamento de direcção central, ou de fenómenos de imposição de procedimentos por certas unidades económicas, ou outras, por processos exteriores ao mercado, como, também, do seu valor de mercado (ganho de competitividade; substituição de produtos; maior oferta mundial). O desenvolvimento rural não trata apenas de variáveis económicas (produtividade, capital, poupança, trocas comerciais e tecnologia). Trata também daquilo a que poderemos denominar de sociologia do desenvolvimento, isto é, das estruturas sociais, cultura, ética; trata de capital humano e de desenvolvimento de recursos humanos e trata, ainda, de desenvolvimento político, da importância da democracia e da transparência. Apenas o facto de termos a tendência de ver os agregados familiares e as famílias camponesas como consumidores, em vez de considerarmos produtores, pode fazer com que corramos o risco de cometer erros. De facto, a maioria dos camponeses africanos encontra-se excluída do mercado. Por diversos motivos estão numa economia de subsistência. Uma das características da agricultura africana reside no facto de que a produção intervém nos pequenos agregados familiares, cujo acesso à terra é garantido por toda uma gama de direitos e obrigações tradicionais. Tendo em conta a importância da terra, raros são os autores que indicam, explicitamente, quais os sistemas mais compatíveis com a nova corrente de “liberalização”. A necessidade de um “mercado de terras”, ou de se darem aos camponeses direitos sobre as terras, que lhes possam servir de garantia para a obtenção de empréstimos é regularmente colocada. No entanto, a maior rentabilidade da agricultura (efeito dimensão) atrairá grupos sociais que tenderão a monopolizar a terra. A rede de contactos informais e insensíveis que se criou não passa, na realidade, de uma pequena parcela da “sociedade de bem-estar” que o Estado ainda não teve capacidade de criar a nível nacional. Somos também da opinião que somente quando se tiver estabelecido esse nível mínimo será possível desenvolver-se a rede comercial. Experiências anteriores demonstram claramente que os camponeses não produzem mais se receberem mais dinheiro pelos seus produtos, isto é, não são os preços ao produtor em si que são decisivos. De importância consideravelmente maior é o acesso dos camponeses a bens de consumo e a serviços sociais. De modo a aproveitar a existente capacidade de mobilização de recursos, o Estado tem, em suma, que fornecer os bens e os serviços de que a sociedade camponesa necessita Conclui-se, assim, que o crescimento lento da agricultura foi um dos factores principais que contribuiu para a fome e pobreza, nos países menos desenvolvidos. É necessário aplicar políticas que passem, forçosamente, por questões como a equidade na distribuição de rendimentos, a propriedade das terras, as relações de produção, o financiamento através de um sistema financeiro da actividade, as relações intersectoriais e a divisão do trabalho entre os sexos. ABSTRACT: The different growth rhythms related to the demand of consumer goods which result from the increase of global income as well as the income per inhabitant are a well known phenomenon which can be explained in technical terms by economic science, due to the demand/offer flexibility according to the goods and levels of income. Therefore the transformed goods and the services? the traditional areas of specialization of developed countries - have shown greater dynamism of the offer. This mechanism has increased the gap of development levels of countries (North versus South). There are however exceptions which are a result of the unusual demand of certain natural resources.